Kò sí ewé, kò sí òrìsà: saberes tradicionais das ervas nas comunidades de terreiro

Fala-se de chão, de território. Fala-se de roça, palavra que na língua dos Candomblés designa o próprio espaço da casa de axé: “minha roça é longe”, “vou à roça”. Que esta palavra seja, no popular, sinônimo de barracão” e “terreiro” diz muito sobre as políticas do chão que imperam desde que Brasil é Brasil.

Trecho da publicação coletiva “Roça”, produzida no âmbito do projeto

Kò sí ewé, kò sí òrìsà – do iorubá, sem folha não há orixá – foi um projeto do Ilê Axé Omin Agbara Oluayê premiado pelo Edital Povos Tradicionais Presentes, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro.

O projeto teve por objetivo valorizar e difundir saberes ancestrais relativos às múltiplas formas de cultivo e uso das ervas nas comunidades de terreiro, colocando em questão o que esses saberes tem a nos ensinar no presente, diante de desafios como as mudanças climáticas, o racismo ambiental e a procura por formas mais sustentáveis de desenvolvimento.

A iniciativa consistiu em uma ação de plantio de ervas e árvores sagradas no espaço da comunidade de terreiro, possibilitando à comunidade de axé um viveiro natural de ervas para seus rituais; e uma roda de conversa aberta a povos e comunidades tradicionais de matriz africana, com a presença de lideranças religiosas de diferentes casas de axé locais.

Ao final do projeto, foi produzido um livro digital (Ebook) como forma de registrar as ações e divulgar o conhecimento adquirido ao longo da experiência, dando continuidade às discussões propostas. Você pode acessar o Ebook clicando aqui.

Patrocínio:
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro

Apoio:
Instituto Nova Travessia
Fondo de Acción Urgente
Núcleo de Estudos de Matriz Africana da UFRRJ
Jardim Botânico da UFRRJ
Jardim Botânico do Rio de Janeiro